Por que os stablecoins desmoronam?
O objetivo das stablecoins é manter a estabilidade de preços, atreladas ao dólar americano ou a outros ativos. No entanto, a segurança das stablecoins depende do design de seu mecanismo e da situação das reservas. Uma vez que a confiança do mercado é abalada, o mecanismo de atrelamento pode falhar, levando ao desacoplamento de preços. Especialmente para stablecoins algorítmicas, a estabilidade de preços depende de ajustes complexos de oferta e demanda, o que pode frequentemente desencadear um efeito cascata durante grandes vendas, levando a uma "espiral da morte."
Revisão de Eventos de Colapso Representativo
- TerraUSD (UST) - O maior caso de colapso da história
Em maio de 2022, o TerraUSD (UST) experimentou um severo desvio de sua paridade. Seu mecanismo dependia de tokens LUNA para ajustar a oferta e a demanda, mas sob uma imensa pressão de resgate, o mecanismo falhou completamente. O preço do UST despencou de $1 para quase $0, resultando na evaporação de bilhões de dólares em valor de mercado, tornando-se o evento de colapso de stablecoin mais sério na história das criptomoedas. - Iron Finance (IRON) - A Falha das Stablecoins Algorítmicas
Em 2021, o IRON prometeu manter uma paridade com o dólar americano com colaterais parciais e algoritmos. No entanto, quando o sentimento do mercado esfriou e um grande número de investidores resgatou, a questão de reservas insuficientes foi exposta, levando a um colapso de preços. Este evento também fez com que os investidores percebessem pela primeira vez a instabilidade das stablecoins algorítmicas em grande escala. - DEI Crash (2022)
DEI é outra stablecoin atrelada ao dólar americano que passou por um desacoplamento significativo em 2022 devido à insuficiência de colateral e pânico no mercado. Seu preço chegou a cair abaixo de $0,5, e apesar das tentativas da equipe do projeto de consertá-lo, ainda lutou para recuperar a confiança do mercado.
A reação em cadeia do mercado do colapso das stablecoins
Uma vez que uma stablecoin perde seu lastro, isso terá um enorme impacto em todo o mercado de cripto:
- O pânico no mercado se intensifica: grandes quantias de fundos são retiradas, a liquidez despenca;
- As bolsas e protocolos DeFi afetados: os pools de liquidez que dependem de stablecoins enfrentaram liquidações e perdas de capital;
- Bitcoin e Ethereum sob pressão: Investidores forçados a vender ativos tradicionais por dinheiro para se proteger.
- Pressão Regulatória Aumentada: Governos ao redor do mundo estão começando a exigir uma supervisão mais rigorosa e requisitos de transparência para stablecoins.
O que os investidores podem aprender com isso?
O colapso das stablecoins nos diz:
- Stablecoins não são uma "alternativa de dinheiro" sem risco;
- As stablecoins algorítmicas são particularmente vulneráveis, e deve-se ter cuidado com o risco de "espiral da morte" delas;
- Use stablecoins de maneira descentralizada, não concentre ativos em um único projeto;
- Preste atenção à transparência e priorize stablecoins que possuem relatórios de auditoria e reservas publicamente divulgadas.
O futuro das stablecoins e tendências regulatórias
À medida que a frequência de eventos de colapso aumenta, as agências regulatórias globais estão começando a prestar atenção à questão das stablecoins. As tendências futuras podem incluir:
- Exigir que projetos de stablecoin divulguem ativos de reserva e aceitem auditorias regulares;
- Restringir o desenvolvimento de stablecoins algorítmicas de alto risco;
- Incentivar stablecoins compatíveis (como USDC, USDT) para aumentar a transparência e a liquidez;
- Promover a moeda digital do banco central (CBDC) como uma alternativa estável.
A longo prazo, as stablecoins permanecem como uma infraestrutura indispensável no mercado de criptomoedas, mas só podem realmente servir como um "porto seguro" quando apoiadas por mecanismos transparentes, em conformidade e robustos.